Apesar do decréscimo das vendas mundiais de smartphones através do Canal de Parceiros, a Canalys vê sinais de estabilização e de recuperação.
De acordo com um estudo da Canalys, o mercado global de smartphones registou um crescimento anual de 8% no quarto trimestre de 2023, atingindo 319,5 milhões de unidades, indicando ainda sinais de estabilização e recuperação. As vendas totais para todo o ano de 2023 totalizaram 1,14 mil milhões de unidades, marcando um declínio de 4% em comparação com 2022.
Apesar de enfrentar desafios nos principais mercados, a Apple conquistou a posição de liderança pela primeira vez, com uma participação de mercado de 20% e 229,2 milhões de vendas em 2023. A Samsung ficou perto, mantendo a lucratividade como estratégia, comercializando 225,4 milhões de unidades e conquistando 20% de participação de mercado. A Xiaomi solidificou a sua terceira posição, conquistando uma quota de mercado de 13%, com vendas a totalizar 146,4 milhões de unidades. A Oppo e a Transsion ficaram em quarto e quinto lugar, com 9% e 8% de participação de mercado, respetivamente.
“A recuperação nos mercados emergentes levou a uma recuperação no segundo semestre de 2023, estreitando o declínio”, comentou Sanyam Chaurasia, senior analyst da Canalys. “Beneficiando-se do foco estratégico adicional e dos recursos de fornecedores que lançaram uma série de modelos de mercado de massa, a América Latina, a África e o Médio Oriente mostraram um forte impulso de recuperação a partir do terceiro trimestre de 2023. Entretanto, à medida que as condições macroeconómicas melhoraram na região da APAC, a procura dos consumidores aumentou significativamente no final do ano. A Transsion e a Xiaomi beneficiaram destas fortes recuperações do mercado de massa, alcançando um notável crescimento anual no quarto trimestre. No entanto, os mercados maduros, incluindo a China Continental, a Europa e a América do Norte, ainda enfrentam fortes sinais contrários devido à moderação dos gastos dos consumidores e à redução dos investimentos no Canal. Em 2024, os mercados emergentes vão continuar a ser um campo de batalha estratégico para a maioria dos fornecedores de smartphones que procuram crescer”.
“Os fornecedores de smartphones testemunharam uma melhoria significativa na rentabilidade, apesar do declínio do mercado em 2023”, observou Toby Zhu, senior analyst da Canalys. “Os fornecedores têm sido cautelosos com as suas operações comerciais, racionalizando despesas e concentrando-se nos seus principais mercados em resposta à recessão do mercado. Enquanto isso, a carteira geral de stocks foi amplamente reduzida no primeiro semestre de 2023, aumentando as pressões operacionais para os fornecedores liquidarem o stock. Por último, os preços dos componentes e chipsets foram relativamente baixos durante o ano passado, permitindo aos fornecedores aumentar as margens de lucro e desenvolver produtos competitivos. Os fornecedores sentem-se mais confiantes financeiramente para capturar qualquer procura emergente e apoiar medidas de incentivo mais flexíveis”.
“Investir em dispositivos com IA para o segmento de ponta e expandir as vendas nos segmentos de médio a baixo custo vão-se tornar duas direções estratégicas para os fornecedores de smartphones em 2024”, acrescenta Zhu. “A IA vai abranger desde a diferenciação no nível do produto até a estratégia operacional e corporativa, variando entre as empresas. A Samsung vai incorporar IA generativa na sua estratégia de produtos de longo prazo. Ao mesmo tempo, fornecedores chineses como Xiaomi, vivo, Oppo e Honor já lançaram dispositivos emblemáticos com capacidades de IA generativa nos seus mercados domésticos. Por outro lado, os fornecedores vão continuar a concentrar-se no aumento do volume e das escalas para manter a sua quota de mercado e o nível de prioridade nos canais de retalho e nas cadeias de abastecimento, mesmo num ambiente volátil. O segmento de mercado de massa será o centro para os fornecedores, enquanto a proposta de valor pelo dinheiro e a acessibilidade serão as principais estratégias de produtos no curto prazo”.